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2 <office:document xmlns:block-list="http://openoffice.org/2001/block-list" xmlns:text="http://openoffice.org/2000/text" xmlns:office="http://openoffice.org/2000/office" block-list:list-name="Standard"><office:body><text:p>Ouviu passos atrás de si. Não era um bom sinal. Quem poderia estar a segui-lo a esta hora da noite e nesta zona sombria da cidade? E logo agora, que teve um golpe de sorte e conseguiu fugir com o dinheiro. Será que outro vigarista teve a mesma ideia, e agora o observava à espera de uma oportunidade para roubar o fruto do seu trabalho? Ou será que os passos que ouvia atrás de si significavam que um dos muitos polícias na cidade desconfiava dele e esperava pelo momento certo para lhe saltar em cima e o algemar? Olhou, nervosamente, à sua volta. Subitamente, viu o beco. Como um relâmpago, correu para a sua esquerda e desapareceu pelo meio de dois armazéns prestes a ruir, por cima da lata de lixo caída a meio do passeio. Tentou seguir pela escuridão cerrada e subitamente densa tacteando á sua volta: era um beco sem saída, teria de voltar por onde tinha vindo. O som dos passos era cada vez mais alto, viu o contorno negro de uma figura a dobrar a esquina. “É este o fim da linha?”, pensou, empurrando-se contra a parede, tentando ficar invisível no escuro, “ Foram todos os planos e energia em vão?” Suava agora em bica, frio e molhado, conseguia cheirar o medo nas suas roupas. De repente, chiando quase imperceptivelmente, uma porta balançava silenciosamente para a frente e para trás, na brisa da noite. Poderia ser este o refúgio pelo qual rezava? Deslizou lentamente para a porta, empurrando-se mais e mais contra a parede, para o escuro, longe do seu inimigo. Iria esta porta salvar-lhe a pele?</text:p><text:p/><text:p/></office:body></office:document>